segunda-feira, 14 de junho de 2010

Como você quer ser reconhecido: "profissional talentoso" ou “carregador de piano”?


Hoje, devido à dinâmica competitiva e a globalização do mercado, podemos afirmar que a criatividade é vista pelas empresas como uma competência essencial para todos os funcionários. Por ser responsável pelos resultados de sua equipe, é fundamental que o líder desenvolva tanto a sua competência de criar e inovar quanto a de seus liderados, e, por fim, gerencie o processo criativo da equipe.
Algumas pessoas atribuem a criatividade simplesmente ao fato de gerar boas idéias. Na verdade, diversas vezes vemos dentro das empresas pessoas reclamando a autoria das idéias; "Pedro implementou este processo, mas eu já tinha pensado nisso, inclusive citei numa reunião de equipe há um ano atrás e ninguém me deu ouvidos..." Pensando em situações similares, quem foi criativo neste processo, quem teve a idéia ou quem a implementou?
Para responder, segue uma definição de criatividade que eu considero bem completa e prática: "A criatividade é a capacidade de transformar idéias em realidade, de forma que melhorem um processo, inovem um produto, divirtam alguém...enfim que tragam benefícios às pessoas, as empresa, a sociedade" (autor desconhecido).
Pensando neste prisma, a criatividade não é uma competência isolada que funciona independentemente das demais. Posso descrever pessoas criativas como sendo aquelas que desenvolvem tanto o pensamento lógico como o abstrato, são pessoas ousadas, que não têm medo de errar, que possuem flexibilidade conceitual e estão extremamente motivadas para usar a sua capacidade de influência para transformar os diversos "nãos" que escutam em "sins".
Para o líder, a questão fundamental é: como desenvolver a capacidade criativa na minha equipe?
O primeiro passo é verificar se, como líder, você não está bloqueando o processo criativo da sua equipe ou, até mesmo, permitindo que este processo seja bloqueado pela própria equipe. Um exemplo deste bloqueio ocorre em reuniões de "brainstorm", quando o líder ou membros da equipe reagem às idéias consideradas "tolas" com gracejos, desdém ou argumentos que deixem a pessoa constrangida.
Oras! Reuniões deste tipo deveriam focar na quantidade de idéias, na construção de idéias sobre idéias, para depois, em outro momento, realizar a análise crítica.
Se isso acontece quando as idéias deveriam ser livres e bem vindas, imaginem no dia a dia? O medo de uma crítica mina a capacidade criativa, afinal, ninguém quer parecer bobo perante o time.
Para quem tem este tipo de atitude é bom refletir que muitas vezes, enquanto a pessoa elabora e verbaliza a idéia, ainda não teve tempo de pensar em todas as implicações da mesma, afinal, é muita coisa para o cérebro fazer ao mesmo tempo. Por isso, é importante ter um momento no qual as idéias fluam livremente, sem críticas. A chance de, no meio destas, ter algumas boas ou mesmo geniais é muito maior do que se as pessoas ficarem com medo de serem criticadas e limitarem o fluxo de idéias.
Albert Einstein dizia: "Não existem idéias tolas, existem idéias mal compreendidas", se ele falou, quem sou eu para desdizer?
O segundo passo é a criação de um ambiente descontraído. Pensemos um instante: é mais fácil criar em um ambiente leve e amistoso ou em um ambiente pesado e antagônico?
Depois disso é preciso nivelar as informações da equipe, pois as pessoas só terão boas idéias sobre um assunto se tiverem acesso às informações suficientes para se sentirem envolvidos e, com isso, se motivarem a por em prática as mudanças.
Para finalizar, cabe analisar e selecionar as melhores idéias. Transformar tudo isso em um plano de ação com datas, responsáveis, recursos necessários e planos de contingência.
Quando criamos em equipe, o melhor processo é aquele que no fim ninguém sabe exatamente quem foi o dono da idéia e quem foi o responsável pela implementação. Todos de fato contribuíram.

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